Um estudo
publicado recentemente pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos,
analisou amostras de sangue de 488 corredores, antes e após a Maratona de
Boston de 2002, e chamou à atenção de médicos e treinadores de todo o mundo. A
pesquisa revelou que, apesar da maioria estar bem hidratada após a maratona,
13% dos atletas beberam tanta água que apresentaram quadro de hiponatremia,
caracterizado pela falta de sódio no organismo e conseqüente inchaço no
estômago, vômito, fadiga extrema e perda de coordenação motora. A hiponatremia
é geralmente causada pela combinação da perda de sódio pelo suor e ingestão
excessiva de água, provocando assim a diluição do sódio.
Outros sintomas
da hiponatremia são expressos pela fraqueza, apatia, cefaléia, taquicardia,
choque e, em casos mais severos, confusão mental, alucinação e mesmo coma. Tais
sintomas são causados pela perda de sódio, um mineral de extrema importância na
manutenção do volume dos líquidos corporais, no processo de contração muscular
e ainda para a absorção de glicose.
Apesar de em
muitas circunstâncias a bebida recomendada ser a água simples e hipotônica, em
determinadas situações, como em exercícios de longa duração, justifica-se a
ingestão de sódio durante o exercício a fim de combater a hiponatremia. Além da
inclusão deste mineral nas bebidas reidratantes para a prevenção da
hiponatremia, esta adição também favorece a absorção de água e carboidrato pelo
intestino. De acordo com a "Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do
Esporte", durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão de líquidos
já nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. O
volume a ser ingerido varia conforme as taxas de sudorese, na faixa de 500 a
2000 ml/hora. Se a atividade durar mais de uma hora ou se for intensa do tipo
intermitente mesmo com menos de uma hora, deve-se repor carboidrato na
quantidade de 30 a 60 gramas/ hora e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7 gl1.
A bebida deve
estar numa temperatura em torno de 15 a 22o C e apresentar um sabor de acordo
com a preferência do indivíduo. Após o exercício, deve-se continuar ingerindo
líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e sudorese.
Conclui-se que
apesar da desidratação ainda ser o principal desafio para a homeostase
fisiológica e desempenho da maioria dos atletas, o excesso de água também deve
ser reconhecido como uma possível ameaça para os mesmos. Sendo assim, é
imprescindível que ensinemos aos atletas sobre a hidratação adequada e sobre o perigo
potencial de ingerir líquidos em excesso, especialmente os envolvidos em
atividades de longa duração, como triatlhon, maratona, ciclismo, travessia,
etc.
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