A prática do ciclismo e seus benefícios já foram temas de
algumas matérias aqui no Eu Atleta. Mas hoje nós vamos entrar um pouco mais no
mundo do ciclismo e conhecer algumas táticas desse esporte e entender como elas
se aplicam nas competições. Primeiramente, vamos dividir o ciclismo de estrada
em duas fases: a prova individual contra o relógio e a prova de estrada
propriamente dita (os ciclistas juntos, no pelotão). E hoje, nos atentaremos
apenas à segunda.
Aqui no Brasil nós estamos acostumados com times de futebol,
vôlei e basquete, mas não de ciclismo. Mas como assim time de ciclismo? Pois é,
assim como o futebol, o ciclismo de estrada é um esporte de equipe, cada
ciclista tem uma determinada função (às vezes funções). Nas competições, a
regra de ouro para quem quer chegar na frente é poupar-se ao máximo durante a
prova para acelerar no final - e se quiser chegar na frente você provavelmente
vai precisar da ajuda dos seus companheiros de equipe.
E como acontece essa ajuda? Primeiramente cada equipe traça
a sua estratégia para a prova que vai encarar, e a partir dos detalhes do
percurso e sabendo em que fase do treinamento está cada atleta, decide-se quem
do time vai ser o líder ou capitão (às vezes acontece da equipe ter mais de um
líder). A partir daí, o maior objetivo da equipe é fazer com que o seu líder se
canse o mínimo possível durante a prova para aguentar o tranco lá na hora da
chegada. E, na prática, isso é feito de algumas maneiras, como por exemplo:
1) Ficando na frente do líder para que ele sofra o mínimo
possível com o vento (quanto mais resistência do ar, mais você se cansa, é
aquela história do vácuo). Talvez essa seja a principal função dos companheiros
de equipe.
2) Perseguindo algum atleta que esteja na frente ou trazendo
o líder de volta para o pelotão no caso dele ter ficado para trás por algum
motivo. É muito mais fácil você ir no vácuo do seu time do que ter que realizar
essas tarefas sozinho.
3) Pegar água (ou gel ou um casaco) no carro de apoio do
time lá atrás do pelotão e voltar pra entregar na mão do capitão.
4) No caso de um problema mecânico do líder, um companheiro
de equipe pode passar uma roda ou mesmo a bike inteira para o mesmo. Assim ele
não precisa esperar o carro de apoio que vêm atrás do pelotão, e às vezes pode
demorar preciosos minutos para chegar.
5) Um companheiro de equipe pode acelerar e deixar o pelotão
para trás, fazendo com que outros times tenham que buscá-lo enquanto seu time,
e consequentemente seu líder, pegam uma carona no vácuo das outras equipes,
poupando seus esforços para mais adiante (é claro, quem acelerou se sacrifica,
nesse dia, essa é a sua função). E se ninguém perseguir, quem acelerou pode até
ganhar a prova, o que também é ótimo para o time. É como o zagueiro fazer gol,
de vez em quando acontece.
Se a prova acaba em uma subida íngreme, por exemplo, o líder
da equipe provavelmente será um magrelinho bem leve (alguns na casa dos 50kg),
mas se acaba no plano, talvez seja um daqueles grandalhões que nos impressionam
com tamanha velocidade final (em alguns sprints para a chegada, ciclistas de
alto nível podem chegar a 70km/h, às vezes até um pouco mais) – um time europeu de ponta, por exemplo, pode
ter mais de 30 ciclistas em seu elenco, mas em cada prova alinham geralmente
entre 6 e 9 (isso varia de prova para prova).
No mês de julho acontecerá o Tour de France, provavelmente a
prova de ciclismo mais conhecida do mundo. Deixo uma sugestão de página do facebook que é
altamente informativa para os ciclistas que curtem acompanhar as provas mais
importantes: https:https://www.facebook.com/protourciclismobrasil?fref=ts%C3%AA.
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