O objetivo desta
página é servir como uma introdução às técnicas de pilotagem no MTB. Praticando
bastante as dicas a seguir, você sentirá que aos poucos estará pedalando mais
rápido, ganhando tempo sem perder a segurança.
Subindo
Procure sempre manter a mesma intensidade de esforço ao
longo da subida. Se você souber o tamanho da ladeira, encaixe uma marcha em
consiga pedalar confortavelmente e, salvo variações de inclinação, mantenha
esta marcha.
Numa subida curta, íngreme e com piso firme (top) procure
pedalar em pé numa frequência de pedalada mais baixa (de 60 a 70 rpm).
Em subidas longas, procure manter uma frequência mais
elevada, sem medo de usar marchas curtas. Mantenha-se sentado, pedalando em pé
de vez em quando para alternar a posição e ajudar a circulação.
Em uma subida longa e leve, pedale em pé por um tempo maior.
Em uma subida longa e íngreme é preciso paciência e
disciplina. Não se afobe nem se afogue. Se o chão for firme o suficiente para
permitir, alterne a pedalada sentado com a pedalada em pé. Se o terreno for
muito arenoso, dê preferência a pedalar sentado. Pode acontecer de ser melhor
descer da bicicleta e empurrar, ou colocá-la nas costas para ganhar atrito,
dependendo do terreno.
Procure, além de empurrar com a força do quadríceps, puxar o
pedal para cima e para trás com a panturrilha, para aproveitar o movimento da
perna na subida e na descida em relação ao quadro. Inclinando os pés para
frente, consegue-se também mais eficiência na pedalada. Empregue, porém estas
duas técnicas aos poucos para evitar lesões, principalmente se
você está começando.
Evite parar ao longo da subida: é melhor deixar para
descansar ao chegar no topo, pois assim você evita esfriar e se lesionar, e
melhora seu condicionamento físico e performance.
Para acelerar a velocidade, sente-se mais à frente no selim,
jogando o corpo para a frente.
Descendo
Em encostas curtas e inclinadas, muitas vezes é melhor
descer sem frear.
Em descidas longas, é importante controlar a velocidade e
manter a concentração em todo o percurso. Em corridas, pode ser vantajoso deixar
algum descedor ir à sua frente. Você arredonda a trajetória dele e corre menos
riscos. Mas não ande muito próximo!
Desloque o peso para trás, mantendo os pedais paralelos ao
solo e sentando-se bem atrás no selim. Quanto mais inclinada a descida mais
você deve se deslocar para trás.
Não deixe as rodas travarem, é importante conhecer bem o
equipamento para dosar a frenagem e controlar a velocidade. Pratique o controle
em descidas não muito inclinadas.
Derrapando
As derrapagens nos ajudam a fazer curvas fechadas e em baixa
velocidade. Sabendo utilizá-las, é possível ganhar tempo nas descidas técnicas.
Pratique a derrapda em um terreno plano e de terra mais
solta. Pedale até uma velocidade moderada e escolha o lado para qual você vai
virar. Evite, no começo, treinar a derrapada clipado. Vire o guidão e incline o
corpo para o mesmo lado da curva. Trave a roda traseira e procure controlar a
derrapagem enquanto você faz a curva. Se necessário, coloque o pé no chão.
Quanto mais velocidade, mais se deve inclinar o corpo para o
lado da curva, porém cuidado com a jogada do guidão. Além disso, esteja atento
para concentrar o peso na parte posterior do selim, se a roda traseira escapar
a bike pode dar um pinote. Essa dropada é importante em situações emergenciais
mas é um movimento muito técnico.
Girando e Socando
Há dois estilos de pedalada: girando e socando. No primeiro,
o atleta faz menor esforço por volta completa do pedal, mas gira a uma cadência
mais acelerada; no segundo, o piloto emprega mais força a cada pedalada, mas
faz uma frequência menor.
No giro, o ciclista exige relativamente mais do seu
condicionamento aeróbico; na socada, a musculatura das pernas é relativamente
mais utilizada. É difícil entrar no mérito do que é pior e do que é melhor, mas
em geral o mountain bike requer uma cadência menor que o ciclismo de estrada (a
cadência ideal para o MTB está entre 60 e 80 RPM, para o ciclismo de estrada,
entre 80 e 100 RPM). Como exemplo de girador tem-se Lance Armstrong, e de
socador, Ian Ullrich.
Cada ciclista tem seu estilo próprio, que se situa em algum
lugar entre os dois extremos girador e socador. Independente do seu estilo,
porém, é importante dominar as duas técnicas para lançar mão delas
alternadamente dependendo da situação.
Girando. Há duas maneiras de se treinar o giro: (1) aos
iniciantes em descidas de pouca inclinação, para permitir um giro elevado sem
grande esforço. Não raro, os ciclistas profissionais incluem um treino deste
tipo em sua rotina semanal, onde procuram realizar exercícios intervalados em
que imprimem a maior cadência possível. (2) aos que já estão acostumados com a
técnica de girar e têm resistência para tanto, recomenda-se uma subida bem
inclinada, para ser feita girando muito. Atenção! Desenvolver a técnica requer
paciência e persistência.
Socando. Uma boa forma de começar a treinar as socadas é
encarar longas subidas leves de asfalto, onde se intervala pedaladas sentadas
com pouco giro e pedaladas em pé em marcha mais rápida com um giro parecido.
Convém não forçar muito no início para evitar lesões. Posteriormente, pode-se
treinar a socada em subidas de terra bem inclinadas.
O mais importante é treinar sempre respeitando os limites do
próprio organismo.